O
papel social que a figura feminina desempenha no Medievo é em relação ao homem
inferior. Essa inferiorização se dá por mecanismos históricos de perpetuação
desta visão que já é corrente desde os primórdios da civilização ocidental. Porém,
na Idade Média essa visão acerca da mulher é reforçada por discursos da Igreja
quanto esta, já que a Igreja exercia singular representação no cotidiano da
sociedade medieval. Assim, é possível notar que a inferiorização da figura
feminina na Idade Média também se dá através da vinculação da moral cristã
sobre estas. A Igreja auxiliava desta forma na perpetuação das desigualdades,
associando em seu discurso, a mulher a três figuras: Eva, a pecadora e culpada
por todo o mal da humanidade, a Virgem-Maria, santa e imaculada, o exemplo que
todas deviam seguir, e Madalena, a pecadora arrependida. Notamos então que
através destas três representações a Igreja fazia difundir valores a serem
transmitidos através de práticas e virtudes que conotassem castidade, submissão
e obediência à doutrina. Ou seja, a figura da mulher se estereotipava em ser
“santa” ou “pecadora”, o que contribuía para a inferiorização desta diante do
corpo patriarcal que modelava a sociedade medieval. Cabia então as mulheres
buscar ser o que se esperava de uma boa mulher, assim, desempenhava principalmente
funções domésticas, além da criação dos filhos. Importante evidenciar que tal
inferiorização da figura feminina diante da sociedade patriarcal medieval não
era necessariamente algo feito conscientemente, mas através dos mecanismos que
foram explicados ao longo do tópico - a perpetuação histórica e o papel da
Igreja.
Fonte de Imagem: Iluminura retirada do livro Tacuinum sanitatis, século XIV.
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