Encontrei algo muito bacana e resolvi compartilhar com vocês; quero que vocês percebam o qual é a semelhança entre a visão de "Amor" do homem medieval e a nossa.
Segue uma fonte Medieval sobre o amor cortês.
"Ao ver a ave leve morrer
Alegres as alas contra a luz,
Que se olvida e deixa colher
Pela doçura que a conduz,
Ah! Tão grande inveja me vem
Desses que venturosos vejo!
É maravilha que o meu ser
Não se dissolva de desejo.
Ah! Tanto julguei saber
De amor e menos que supus
Sei, pois amor não me faz ter
Essa a que nunca farei jus.
A mim de mim e a si também
De mim e tudo o que desejo
Tomou e só deixou querer
Maior e um coração sobejo.
Que se olvida e deixa colher
Pela doçura que a conduz,
Ah! Tão grande inveja me vem
Desses que venturosos vejo!
É maravilha que o meu ser
Não se dissolva de desejo.
Ah! Tanto julguei saber
De amor e menos que supus
Sei, pois amor não me faz ter
Essa a que nunca farei jus.
A mim de mim e a si também
De mim e tudo o que desejo
Tomou e só deixou querer
Maior e um coração sobejo.
Bem feminino é o proceder
Dessa que me roubou a paz.
Não quer o que deve querer
E tudo o que não deve faz.
Má sorte enfim me sobrevém,
Fiz como um louco numa ponte,
E tudo me foi suceder
Só porque quis mais horizonte.
Piedade já não pode haver
No universo para os mortais,
Se aquela que a devia ter
Não tem, quem a terá jamais?
Ah! Como acreditar que alguém
De olhar tão doce e clara fronte
Deixe que eu morra sem beber
Água de amor em sua fonte?
Bernart de Vantadorn (c.1130 – c.1200). Tradução: Augusto de Campos"
Dessa que me roubou a paz.
Não quer o que deve querer
E tudo o que não deve faz.
Má sorte enfim me sobrevém,
Fiz como um louco numa ponte,
E tudo me foi suceder
Só porque quis mais horizonte.
Piedade já não pode haver
No universo para os mortais,
Se aquela que a devia ter
Não tem, quem a terá jamais?
Ah! Como acreditar que alguém
De olhar tão doce e clara fronte
Deixe que eu morra sem beber
Água de amor em sua fonte?
Bernart de Vantadorn (c.1130 – c.1200). Tradução: Augusto de Campos"
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