
Na Idade Média não existia a concepção da infância como uma fase da vida que requer especial cuidado, as crianças eram então “pequenos adultos”, o que quer dizer que exerciam funções que adultos também exerciam, como algumas tarefas domésticas e até mesmo treinados para artes militares, quando filhos de nobres. A educação destes era na maioria dos casos uma função exercida pela mãe. Diante destes entendimentos, é interessante observar em estudos do historiador medievalista Jacques Le Goff, o seu entendimento a respeito da relação entre a promoção da figura da Virgem-Maria e a promoção da criança. O historiador defende essa chave argumentativa através do entendimento de que os pais no Medievo amavam sim seus filhos, ao contrário do que indica algumas teses de outros historiadores que sugerem o oposto. Assim, Le Goff indica que o amor dos pais, em especial, o amor materno existia sim no medievo, e o que evoluiu foi então o lugar simbólico da representação da criança. Ele observa essa promoção da figura infantil através da iconografia, e a representação da criança por excelência: o Menino Jesus, que ao longo dos séculos, com o crescimento da devoção a este e a Virgem, essas iconografias alteram a forma de representar o Menino Jesus, ganha destaque. Nota então que estas alterações ao longo do tempo conotam o valor atribuído a figura da criança em cada época. Concluindo assim que o papel simbólico da criança vai aumentando com o tempo, junto com o aumento da devoção a Virgem e ao Menino Jesus.
Fonte da Imagem: Virgem com o Menino em Majestade, século XII.
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