domingo, 13 de julho de 2014

CONHECENDO ATRAVÉS DE IMAGENS


Como você já deve ter lido em seu livro didático a Idade Média tinha como atividade econômica mais importante a agricultura, sendo assim, a maioria das pessoas estavam ligadas a ela direta ou indiretamente. A partir do século XI novas técnicas agrícolas foram criadas, resultando em uma maior produção alimentícia e de grãos.
De acordo com o historiador Jacques Le Goff, a população europeia aumentou para 17 milhões de habitantes em 200 anos (de 1050-1300 d.C.). Esse grande aumento de alimentos e população proporcionou a expansão comercial e das cidades.

Abaixo veja alguma dessas técnicas inovadoras:


  • ·         Arado de ferro –chamado charrua- ao invés do tradicional arado de madeira, penetravam a terra de maneira profunda, por isso o solo ficava mais oxigenado e o solo se tornava mais fértil.
(https://clionainternet.wordpress.com/tag/inovacoes-tecnicas-na-idade-media/)

(https://www.flickr.com/photos/jotta13/3306454108/)



  •  O aproveitamento dos moinhos sendo acionados pela força por vento e/ou água contribuíram para aumentar a qualidade do trigo.
(https://clionainternet.files.wordpress.com/2011/08/cidademedieval-moinho.jpg?w=300)




  • ·         Utilização dos animais no campo não mais com arreios prendidos ao pescoço mas às costas deles. Este aumentava a eficiência dos cavalos ao puxar o arado, pois a armação de couro presa ao seu peito dava mais impulso. Isso permitiu uma melhor distribuição do peso dos arados e evitou que os animais se sufocassem, tanto cavalos como bois.
(https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRkHWzZHApzZg6Fb-33MuubeOpWZN-GVDtGZYV0C8c2jEpdM1XGolzZnKQfQcr1btr-J-MS-5bAtNVjn_n0jRqVg_fnOXFlBnDjMgsmoEdcWHv6i7UnEbps0A4BLyDdrdwdFZbhgdRQVEW/s320/Colheita.jpg)

  • ·         Rotação trienal de culturas: técnica de dividir o solo em três partes, nãos mais em duas, para cultivar leguminosas e cereais, com o objetivo de evitar o esgotamento da terra.
(https://i0.wp.com/interna.coceducacao.com.br/ebook/content/pictures/2002-21-161-16-i002.jpg)

sábado, 12 de julho de 2014

Queridos alunos,

Encontrei algo muito bacana e resolvi compartilhar com vocês; quero que vocês percebam o qual é a semelhança entre a visão de "Amor" do homem medieval e a nossa.

Segue uma fonte Medieval sobre o amor cortês.

"Ao ver a ave leve morrer
Alegres as alas contra a luz,
Que se olvida e deixa colher
Pela doçura que a conduz,
Ah! Tão grande inveja me vem
Desses que venturosos vejo!
É maravilha que o meu ser
Não se dissolva de desejo.

Ah! Tanto julguei saber
De amor e menos que supus
Sei, pois amor não me faz ter
Essa a que nunca farei jus.
A mim de mim e a si também
De mim e tudo o que desejo
Tomou e só deixou querer
Maior e um coração sobejo.              

Bem feminino é o proceder
Dessa que me roubou a paz.
Não quer o que deve querer
E tudo o que não deve faz.
Má sorte enfim me sobrevém,
Fiz como um louco numa ponte,
E tudo me foi suceder
Só porque quis mais horizonte.

Piedade já não pode haver
No universo para os mortais,
Se aquela que a devia ter
Não tem, quem a terá jamais?
Ah! Como acreditar que alguém
De olhar tão doce e clara fronte
Deixe que eu morra sem beber
Água de amor em sua fonte?


Bernart de Vantadorn (c.1130 – c.1200). Tradução: Augusto de Campos"

Uma nota sobre Heresia...

Heresia significa escolha, opção, e é um termo com origem no termo grego haíresis. Heresia é quando alguém tem um pensamento diferente de um sistema ou de uma religião, sendo assim quem pratica heresia, é considerado um herege.
Uma heresia é uma doutrina que se opõe frontalmente aos dogmas da Igreja. Fora do contexto da religião, uma heresia também pode ser um absurdo ou contrassenso.
E na Idade Média... O que poderia ser considerado uma heresia??
Foi pensando nesta pergunta que estaremos disponibilizando aqui duas fontes que contém conteúdo herético

"III Concílio de Latrão, 1179
“Embora a Igreja se satisfaça se satisfaça com um julgamento sacerdotal e não realize execuções sangrentas, ela deve recorrer às leis seculares e pedir ajuda aos príncipes para que o temor de um suplício temporal obrigue os homens a utilizar o remédio espiritual. Deste modo, como os heréticos, que alguns denominam cátaros, fizeram grandes progressos na Gasconha, em Albi, em Toulouse e em outras regiões, onde ensinam os seus erros e se esforçam em perverter os simples, nós os anatemizamos, bem como a seus protetores. Nós proibimos a todos de ter qualquer relação com eles. Se persistirem no pecado, não se fará nenhuma ação em seu favor e não se lhes dará sepultura entre os cristãos.”

Historia Albigensis, Pierre des Vaux Cerrnay, 1218
“Primeiramente deve ser dito que os hereges entendem que existem dois criadores, um das coisas invisíveis, a quem chamam de deus benévolo, e um das coisas visíveis, a quem chamam de deus malévolo. Atribuem o Novo Testamento ao deus benévolo, e o Antigo ao deus malévolo, e o rejeitam completamente. (...) Dizem também, em sua doutrina secreta, que o Cristo que nasceu na Belém visível e terrestre e foi crucificado em Jerusalém, foi um homem mal, e que Maria Madalena foi sua concubina. Isso porque o bom Cristo jamais comeu, ou bebeu, ou se aproximou da carne, muito menos esteve nesse mundo, exceto espiritualmente no corpo de Paulo. (...) Dizem também que quase toda a Igreja de Roma é composta por uma corja de ladrões, e que esta é a prostituta a qual Apocalipse se refere”.

E ai pessoal, o que acharam? conseguiram entender? deixem seus comentários

Estendendo o conhecimento acerca da ‘Mulher Medieval’



O papel social que a figura feminina desempenha no Medievo é em relação ao homem inferior. Essa inferiorização se dá por mecanismos históricos de perpetuação desta visão que já é corrente desde os primórdios da civilização ocidental. Porém, na Idade Média essa visão acerca da mulher é reforçada por discursos da Igreja quanto esta, já que a Igreja exercia singular representação no cotidiano da sociedade medieval. Assim, é possível notar que a inferiorização da figura feminina na Idade Média também se dá através da vinculação da moral cristã sobre estas. A Igreja auxiliava desta forma na perpetuação das desigualdades, associando em seu discurso, a mulher a três figuras: Eva, a pecadora e culpada por todo o mal da humanidade, a Virgem-Maria, santa e imaculada, o exemplo que todas deviam seguir, e Madalena, a pecadora arrependida. Notamos então que através destas três representações a Igreja fazia difundir valores a serem transmitidos através de práticas e virtudes que conotassem castidade, submissão e obediência à doutrina. Ou seja, a figura da mulher se estereotipava em ser “santa” ou “pecadora”, o que contribuía para a inferiorização desta diante do corpo patriarcal que modelava a sociedade medieval. Cabia então as mulheres buscar ser o que se esperava de uma boa mulher, assim, desempenhava principalmente funções domésticas, além da criação dos filhos. Importante evidenciar que tal inferiorização da figura feminina diante da sociedade patriarcal medieval não era necessariamente algo feito conscientemente, mas através dos mecanismos que foram explicados ao longo do tópico - a perpetuação histórica e o papel da Igreja.

Fonte de ImagemIluminura retirada do livro Tacuinum sanitatis, século XIV.